Sabe, na verdade eu sempre fui muito egoísta. Eu achava que gostar de
alguém me dava o direito de querer possuir aquela pessoa, e o fato de querer torna-la
apenas minha me fazia acreditar que aquilo era amor. Talvez essa confusão ocorra
com muitas outras pessoas, não sei. Porém, essa minha visão egocêntrica ficou
para trás a partir do momento em que o conheci.
Foi um encontro rápido, de menos de quatro horas, mas aquele pequeno
período de tempo contou mais do que anos de convivência com outros. Você já
sentiu isso? Quero dizer, pode parecer clichê, mas você já sentiu que conhecia
alguém na primeira conversa que teve com essa pessoa? Como de épocas
diferentes, vidas passadas... essas coisas?
Pois é, eu senti com ele. Todavia, no mesmo tempo em que eu sentia que
podia me abrir completamente eu não conseguia agir de forma natural em alguns
instantes, pois algo dentro de mim não parava de repetir “É ele, é ele!”, e
isso me desestabilizava, me deixava sem ação. Começava a nascer ali um
sentimento que eu nunca tivera vivenciado, que eu nunca tivera contato antes.
Eu não havia percebido, mas eu estava começando a sentir o que as
pessoas chamavam de amor.
Por que eu digo isso com tanta certeza agora? Por que não acho que
estou me enganando outra vez?
É simples. O amor é simples.
Sim, eu gostaria de tê-lo aqui comigo todas as noites em minha cama
para dormirmos e acordarmos juntos, mas eu sei que no fundo ele não pertence a
mim, não enquanto ele não quiser pertencer. Eu sei, agora, que amar não é
querer ser o domador, mas sim, ser domado. É desejar a felicidade do outro ele
estando ou não comigo, mas presando também pela minha própria felicidade.
É compreender que amar é bom, gostoso, que tal ato me faz sentir uma
pessoa melhor, mais madura e ponto. É compreender que não dependo de poder
chamar quem eu amo de namorado, mas saber que eu amo, saber que para mim existe
alguém tão especial que eu faria loucuras por ele sem esperar nada em troca.
É essa sensação de carinho, preocupação, proteção que importa no fim
das contas. E eu sou grato, muito grato a ele por isso. Pois eu pude ter nessa
vida algo tão belo e puro que deu mais significado para ela apenas pela sua
existência.
Compreendo o que diz, meu caro. Já desejei ter muitas pessoas só para mim, já estive apaixonada muitas vezes. Mas foram poucas as em que senti aquilo que chamam de amor. E isso é lindo.
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