Ei, em
quantos pedaços você acha que um coração pode ser quebrado?
Talvez
dez, vinte, trinta, cem... ou então cada coração possui um número particular
deles?
Se a
última opção for a correta eu me pergunto qual seria o valor correspondente ao
meu, e também, quantos pedaços já foram arrancados de mim.
Será
que estou perto do meu limite? Ou, o que me aterroriza, será que meu coração já
sofreu tanto que, assim como um átomo, tornou-se indivisível? Mas se isto for
verdade o que vem agora? Afinal, enquanto nós vivermos continuaremos a sofrer;
teremos decepções, separações, angústias, medos... e no meio de tudo isso nosso
coração é aquele que recebe toda a carga, o peso de nossas relações e de nossas
escolhas.
Se ele
então não pode ser mais quebrado o que aconteceria se mais algum evento o atingisse?
Simplesmente seria destruído por completo?
Eu
acredito que nem todos os corações são derrotados assim tão facilmente, pois a
verdade é que, assim como o sistema imunológico protege o nosso corpo contra
invasores, um coração também possui uma linha de defesa para auxiliá-lo. Claro,
quando falamos de coração não estamos nos referindo ao órgão do corpo humano
nesse contexto, mas sim, a representação em uma figura de toda uma carga emocional de um
indivíduo que o acompanha desde o seu nascimento.
E,
então, do que seria formada essa linha de defesa?
Ora,
de outros corações obviamente. Ou simplesmente de um.
A
verdade é que por mais que alguns sirvam de inimigos, que nos machuquem, são
outros também que estão ali para juntar as peças que foram separadas da
original, fazendo o papel de reorganizadores.
Ah, por
que eu acho isso? Bem, se for realmente um fato que cada coração tem um limite pré-determinado, o que iria se suceder se não existisse alguém que os curasse? Quantas pessoas agora já não possuiriam mais esperança
num mundo onde ela serve como fonte de energia para que os humanos continuem
seguindo em frente? Quantos já não teriam sido engolidos por uma besta caçadora
de sonhos?
Sim, eu
possuo inseguranças, muitas, entretanto, também sei que se eu não me arriscar,
se eu não tentar, se eu continuar parado deixando elas me devorarem por dentro
e tirarem meu direito de ser livre, não alcançarei nunca aquilo que tanto
desejo. E para que eu possa me arriscar com um pouco mais de tranquilidade
conto com o meu sistema de defesa, ou seja, com os corações que estão ao meu
lado me dando suporte, seja aconselhando, ouvindo, compartilhando vivências...
Por
isso, meu caro, eu digo que não existe limite para um coração que está
acompanhado de outro ou outros corações, pois eles, juntos, somam o infinito.
Mui filosófico. '-'
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